Quem tem criança sabe: A vigilância tem que ser constante.
Certa feita, morando ainda na Atalaia deixei as meninas, então com aproximadamente 01 ano e meio, aos cuidados de Eliana (Na época, era quem trabalhava comigo). Ela era ótima. É o que, comumente, chamamos de “doidinha legal”.
Eu precisava terminar um trabalho no computador e necessitava, para tanto, de total silêncio e sossego. Cheguei para a “doidinha” e falei:
- Eliana, você pode ficar um pouquinho com as meninas enquanto termino meu trabalho lá no quarto?
- Posso Lívia! – Disse a doidinha toda serelepe.
- Eliana, mulher... pelo amor de Deus, não vá embora sem me comunicar - já que era seu costume.
- Não deixe essas meninas sozinhas. Quando você quiser ir, me avise! – Insisti.
- Não se preocupe! – Disse ela.
Passada mais ou menos uma hora, o silêncio começou a me incomodar. Eliana não era uma pessoa adepta a isso. Geralmente se mostrava presente aos meus ouvidos com seus intermináveis diálogos ou monólogos.
Levantei-me para fazer uma ronda pelo apartamento no intuito de verificar se estava tudo bem, qual foi minha surpresa ao deparar-me com a porta de saída entreaberta e a grade que dava acesso à cozinha escancarada.
Ao me aproximar na cozinha, defrontei-me com uma cena, no mínimo, assustadora:
Ana Flávia e Ana Sofia parecendo dois fantasminhas, cada uma com um pacote de Cremogema vazio na mão, derramando uma sobre a cabeça da outra o que restava do pó adocicado, além de um litro de óleo despejado no chão.
Qual restou minha atitude, senão, rir daquilo tudo e lamentar o trabalho que eu estava prestes a executar.
Quanto à doidinha ... como de costume foi embora e mais uma vez, sem avisar.